Na região potiguar de Taboleiro Grande, foram registrados neste ano 80 tremores. Segundo o técnico em sismologia do Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) Eduardo Menezes, os tremores no Ceará não têm relação com os que acontecem em terras potiguares.
A UFRN tem seis unidades de monitoramento sísmico instalado nos Estados do Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. No Rio Grande do Norte, são três unidades - uma na região de Riachuelo, com alcance mundial, e outros dois nas cidades de Parelhas e perto de Pau dos Ferros. Segundo Eduardo Medeiros, os equipamentos da UFRN são capazes de detectar tremores em qualquer parte do mundo. "Detectamos o tremor que aconteceu na China", revela.
Na última segunda-feira, os equipamentos foram acionados. Ocorreu um novo tremor de terra com magnitude 3,3 na Escala Richter, na região de Alcântara, Meruoca, Jaibaras e Morrinhos, na região do Cariri (CE). Há poucos meses, a região de Sobral, que fica perto, balançou com um tremor de 3,9 de magnitude. Segundo o professor Hudson Costa, de Sobral, quando a terra começou a tremer, os moradores saíram correndo na rua.
A seqüência de tremores que vem acontecendo no Ceará e também no Rio Grande do Norte está deixando a população dessas regiões preocupada, especialmente depois do tremor de 7,9 de magnitude que aconteceu neste final de semana na China, matando mais de 50 mil pessoas. É que com o aumento da incidência de tremores de terra, a população teme que aconteça um de grande proporção.
Para o técnico Eduardo Menezes, é difícil de se fazer uma previsão para esse tipo de ocorrência.
Eduardo Menezes destacou que na China, Japão e outras regiões do Oriente Médio, que têm maior incidência de terremoto, os equipamentos são mais modernos e o monitoramento é ainda mais rígido e mesmo assim não foi possível se antecipar ao tremor que matou mais de 50 mil. No caso dos Estados do Nordeste, o especialista acredita que a possibilidade de acontecer um tremor acima de cinco graus é muito remota.
Só admite a possibilidade de acontecer uma na escala cinco porque já aconteceu há menos de trinta anos, tanto no Ceará como no Rio Grande do Norte. No Ceará, foi em 1980, na cidade de Cascavel. O tremor atingiu 5.3, na escala Richter.
No Rio Grande do Norte, o maior tremor aconteceu em João Câmara, nos anos 90. Mas esses tremores são isolados, porque, segundo Eduardo Meneses, a acomodação das placas nesta região já está no fim do processo.
Fonte: Jornal de Fato.
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