Na quarta-feira passada, o governo federal anunciou uma série de medidas - como a isenção do PIS e Cofins para estes produtos, e ampliação para a cota de importação do trigo com tarifa zero - visando frear a alta do pão.
Entretanto, o Sindicato da Indústria da Panificação e Confeitaria (Sindipan RN) afirma que a ação, mesmo sendo considerada positiva, ajuda apenas a impedir novos aumentos. A redução dependerá do comportamento do preço da farinha do trigo, sob responsabilidade dos moinhos.
Nesta quinta, o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, disse que no fim de semana ou na próxima semana o consumidor já iria perceber os resultados das mudanças. A primeira delas foi a decisão da Câmara de Comércio Exterior (Camex) dobrando a cota de importação do trigo com tarifa zero, fazendo com que agora 2 milhões de toneladas do produto estejam isentos de impostos.
O período do benefício também foi ampliado de 30 de junho para 31 de agosto. Outra modificação foi a isenção de PIS e Cofins até o fim do ano para o trigo in natura, farinha e pão francês. Estes impostos possuem uma alíquota de 9,25%. E o transporte do trigo importado dos Estados Unidos e Canadá foi barateado em 25%.
Mas as medidas, avaliadas como bem-vindas pelos empresários da panificação no Rio Grande do Norte, não significam necessariamente uma redução no valor cobrado pelo quilo do pão francês no estado, que varia hoje de R$ 4,50 a R$ 8. O presidente do Sindipan RN, José Américo Ferreira, explica que a saca de farinha de trigo aumentou de R$ 68 para R$ 120 e que, mesmo diante das dificuldades, os panificadores tentam evitar os aumentos. Porém, ‘‘só haverá redução no pão se os moinhos reduzirem o preço da farinha’’, afirma.
Ferreira declara que não acredita que os moinhos baixem o valor cobrado de modo que o preço do pão deverá apenas se estabilizar. E diante das mudanças implementadas pelo governo, ele ainda alerta que qualquer aumento que venha por parte dos moinhos nos próximos meses será uma surpresa desagradável.
No mês passado, o saco de 50kg de farinha de trigo custava R$ 115. No final de março, o preço cobrado era R$ 86; no início do ano, R$ 76. Antes do anúncio do governo federal, a expectativa era de que a cobrança chegasse a R$ 150 até o final do primeiro semestre.
Contudo, os aumentos não são uma novidade de 2008 para os empresários. De acordo com eles, do ano passado para cá, o valor do produto teve um acréscimo de aproximadamente 100%. Sem poder suportar, os panificadores continuaram repassando os reajustes aos consumidores e, devido a isso, o presidente do Sindipan no estado chegou a afirmar que o setor está morrendo com a perda de consumidores.
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