segunda-feira, 12 de maio de 2008

Norteriograndense relata como sobreviveu a terremoto na China

Um estudante potiguar está entre os sobreviventes do terremoto de 7,8 graus na escala Richter que matou mais de 8.500 ao atingir a China nesta segunda-feira. Aluno da Universidade de Estudos Internacionais de Xi'an, na Província de Shaanxi, José Medeiros da Silva, 38 anos, relatou como se sentiu diante dos abalos em entrevista por telefone da universidade à Folha Online.

O brasileiro conta que estava em seu quarto no prédio de dois andares onde mora, que abriga vários estrangeiros, quando sentiu o forte terremoto. "Meu quarto fica no andar térreo. Eu estava sentado à frente do computador e senti algo muito estranho, parecia que eu estava tendo uma tontura", disse Silva.

Xi'an, capital da Província de Shaanxi, fica a cerca de 600 quilômetros da Província de Sichuan, onde foi registrado o epicentro do tremor, por volta das 14h30 locais (3h30 de Brasília).

"Olhei então pela janela do meu quarto e vi que tudo lá fora estava tremendo bem forte também. Não dava nem para caminhar, parecia que você ia se desequilibrar", acrescentou o potiguar.

Nascido em Touros (RN), ele é formado em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte e faz doutorado em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (USP).

Vivendo na China desde setembro de 2007 para uma pesquisa sobre a questão camponesa no país, ele mora no campus da universidade, onde também dá aulas de língua portuguesa.

Silva contou com a ajuda de dois colegas, uma iraniana e um egípcio, para conseguir sair do prédio. Os três se sentaram então em bancos no jardim do edifício. "Ficamos ali sentados e o tremor ainda continuou por cerca de seis ou sete minutos. Foi muito assustador", afirma.

De acordo com o brasileiro, logo após o terremoto, uma multidão de alunos e professores se formou no campus. "Os estudantes estão muito assustados e uma grande parte deles irá dormir ao ar livre, fora de seus dormitórios e longe dos prédios, por medo de novos tremores". Ele, no entanto, pretende passar a noite em seu quarto.

"Vou ficar em meu dormitório, até porque o nosso prédio é baixo, tem apenas dois andares. Mas duvido que consiga dormir, tanto que já são 2h (15h30 de Brasília) e estou acordado, dando notícias a familiares no Brasil".

Com informações da Folha Online

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