segunda-feira, 7 de abril de 2008

Chapada do Apodi se destaca como Polo Exportador

Os números comprovam que a Chapada do Apodi, na região do Vale do Jaguaribe, tem um dos agropólos que mais crescem no Nordeste Setentrional.
A terra que, há 20 anos, era esquecida no mapa da agropecuária no Estado faturou, somente em 2007, mais de R$ 60 milhões com produção, venda interna e exportação de frutas e sementes e produziu mais de dois milhões de litros de leite, com cerca de cinco mil empregos diretos e com carteira assinada.
A região colocou o Ceará na lista dos principais exportadores mundiais de abacaxi, melão, banana, e de importantes fornecedores de milho (nada menos que 200 mil espigas por dia).
E foi nos últimos sete anos que grandes empresas começaram a aportar na região “chapadiana”, que atrai empresários de norte a sul do País. Para o presidente da Federação das Associações do Perímetro Irrigado Jaguaribe-Apodi (Fapija), Raimundo César, conhecido por “Alemão”, o perímetro irrigado é um dos grandes fatores do desenvolvimento na região. “Fala-se muito dos lucros que as empresas levam para fora, mas os empregos aqui gerados mudaram a realidade não só de Limoeiro do Norte como de outros municípios do Vale do Jaguaribe. É um dinheiro que fica aqui para investimento nosso”, explicou ele.
A Fapija é formada por 15 associações de produtores rurais, que todos os meses se reúnem para resolver pendências e tratar de investimentos na área agrícola. O faturamento do perímetro em 2007 foi de R$ 27 milhões, que sobe para R$ 60 quando somado às grandes empresas agregadas, como Banesa, Delmonte e Frutacor.
Com o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) e o governo do Estado, a federação de produtores mantêm 15 casas de bomba com reservatórios e 35 quilômetros de canal levando água para 27 pivôs centrais. Recentemente, adquiriram, via Dnocs, duas moto bombas avaliadas em R$ 6,4 milhões com capacidade para bombear 4.800 metros cúbicos de água por hora cada uma. E estão solicitando a construção de um reservatório para 120 mil metros cúbicos de água, espaço que seria suficiente para diminuiu o tempo de bombeamento atual e traria economia, em um ano, de pelo menos R$ 800 mil para os produtores do perímetro. “Reclamam que vai beneficiar os ‘grandes’, mas vai beneficiar a nós ‘pequenos’ também”, afirma Raimundo César, pequeno produtor, defendendo que “os irrigantes são os principais fiscalizadores do Perímetro”, destaca.
Como somente a primeira etapa está em funcionamento, a grande expectativa é pelo início da segunda etapa (de 2.500 hectares), visto que boa parte dos equipamentos do perímetro tem potencial para irrigar uma área maior que a atual – segundo o próprio Dnocs, a infra-estrutura existente no Nordeste Setentrional é suficiente para irrigar o dobro do que atualmente se planta.
Desperdício
O desperdício financeiro causado pela ociosidade fica evidente no elevado custo para se manter um hectare por ano na Chapada do Apodi – entre R$ 7 mil e R$ 20 mil, de acordo com produtores entrevistados. E existem outros 9.800 hectares desapropriados a serem implantados.
A intenção do diretor-superintendente do Dnocs, Elias Fernandes, é iniciar a segunda etapa até o fim deste ano, o que só pode se concretizar com a titulação das terras da primeira etapa e demarcação das terras da União, visto que, sem fiscalização as terras ociosas são passíveis de cercamento por especuladores comerciais, situação denunciada pela Procuradoria Geral da República.
SAIBA MAIS
- Suprimento hídricoO suprimento hídrico do perímetro irrigado é assegurado pelo Rio Jaguaribe, por meio de estação elevatória na Barragem das Pedrinhas, em Limoeiro.Consumo de águaO pagamento de água pelos produtores dá-se da seguinte forma: pequenos, médios e grandes produtores pagam R$ 10,60, R$ 14,00 e R$ 18,00, respectivamente, por cada hectare irrigado.
Irrigação
O sistema de irrigação é por pivô central, gotejamento e micro-aspersão. A água é levada por canais. O principal tem 14km de comprimento.
Empregos
O acesso ao perímetro é pela BR-116 até Limoeiro, de onde se segue pela CE-209. Estima-se que a região seja responsável por cerca de 15 mil empregos diretos e indiretos. Lá são plantados melão, banana, mamão, feijão, milho verde, melancia, figo e uva.
Produção de banana na Chapada. A região colocou o Ceará na lista dos exportadores mundiais
Fonte Diario do Nordeste

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