Ele citou os casos de países como Hungria e Cuba e estados norte-americanos, como Maryland, Califórnia, Flórida, Nova York e Massachussets, que realizariam pulverizações desse tipo de forma rotineira.
Vilela denunciou que no Brasil haveria uma "pressão medieval contra a aplicação de inseticidas". Agrônomo há 50 anos, ele disse estar sensibilizado com a situação da epidemia de dengue, no estado em especial.
"A alternativa seria a eliminação tanto dos mosquitos adultos, como das larvas. Só que isso é impossível. Com a dimensão que a coisa tomou, nós não temos como atingir todos os depósitos de água da Baixada Fluminense. A única alternativa é a aplicação aérea, que é feita no mundo todo", salientou.
Ele qualificou de falsas as teorias que afirmam que uma pulverização aérea não acabaria com os focos do Aedes aegipty: "É um academismo que não tem sentido." Recordou que em 1975, quando ocorreu uma epidemia de encefalite eqüina transmitida pelo Aedes aegipty em cidades do litoral paulista, a Superintendência de Controle de Endemias de São Paulo (Sucen) conseguiu controlar aquele ciclo com aplicações aéreas de inseticida.
Após três aplicações seguidas do Malathion, contou, 98% dos mosquitos adultos e 90% de larvas são eliminados ao ar livre. Dentro de casa, indicou que a política deve continuar sendo a de evitar criadouros.
Marcos Vilela enfatizou a urgência da adoção de medidas mais enérgicas para combate à dengue: "Existe a possibilidade de essa epidemia não parar. E nós vamos deixar morrer centenas e centenas de pessoas até chamar os americanos para vir pulverizar o Rio de Janeiro, se nós temos toda a tecnologia aqui?", indagou. O estado já totalizaria mais de 100 mil pessoas infectadas.
O agrônomo contou que elaborou o primeiro projeto de aplicação de inseticida via aérea para a capital fluminense em 1987, quando houve a primeira crise de dengue no estado. Desde essa data, acrescentou, procurou o Ministério da Saúde mas ouviu que "isso não funciona, não interessa".
O serviço de pulverização, segundo ele, deveria ser feito pela iniciativa privada, cabendo ao governo a função de fiscalizar. O custo de três aplicações seria de R$ 5 milhões e Vilela informou que oito aviões estão disponíveis nos estados de Mato Grosso e Goiás cada avião poderia fazer 200 aplicações.
O Centro Brasileiro de Bioaeronáutica é uma entidade privada, criada em 1998, que se dedica à promoção de pesquisas, treinamento e consultoria em aviação agrícola.
Fonte: Agência Brasil
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