A história do rádio mossoroense na visão de um dos seus maiores colaboradores
Seu Mané da Rural".
Figura lendária do Rádio Mossoroense, "Seu Mané" é um dos expoentes da microfonia local, e foi o entrevistado pela Gazeta do Oeste a falar sobre Bartô Galeno.
Sobre Bartô e A Mais Bela Voz, ele nos disse: "Sim. A mais Bela voz foi um celeiro de talentos de nossa cidade e região, muitos até de projeção nacional. São vários, dentre eles: Amanda Costa, da vizinha cidade de Areia Branca, Zé Lima daqui de Mossoró, Vicente Santiago, Ed Lemos, Reynaldo Bessa, entre outros.
Porém, tem um que eu tenho uma predileção maior, pois fui eu, pessoalmente, que o descobri. Chama-se Bastinho Silva, de nome artístico, Bartô Galeno. Sua história não é muito diferente das histórias contadas pela maioria dos cantores que veio da classe humilde.
Foi assim:
A Rádio Rural tinha um Programa do MEB, feito por duas professoras, Lourdinha e Marluce, que um dia chegou para mim e disse que tinha visto um jovem cantar e tocar violão na Serra Mossoró, que tinha lhe impressionado bastante.
E me perguntou se eu não queria dar uma mãozinha para ver se ele realmente era do ramo. Ela me fez prometer que iria até a Serra Mossoró ver, pessoalmente, esse jovem.
Como eu havia prometido e aproveitando uma folga em meus compromissos, me desloquei para lá e quando cheguei à casinha onde ele morava, fiquei esperando-o, já que o mesmo tinha saído para 'caçar rolinha'.
Sua tia, senhora de semblante sofrido pelas intempéries da natureza, nos recebeu muito bem, mostrando que já nos conhecia através do rádio, e nos falou na ocasião: 'Seu Mané, Bastinho foi atrás de conseguir uma carninha para o almoço. Mas não se preocupe, ele chega já'.
Realmente, pouco tempo depois aparecia um jovenzinho raquítico, uma baladeira a tiracolo, carregando um bornal cheio de passarinho que ia matar a fome daquela família, pelo menos naquele dia.
Ele ficou muito contente quando nos viu, mesmo demonstrando timidez e desconfiança com a nossa presença ali.
Falamos que estávamos ali por que havíamos ouvido falar nele e que gostaríamos que ele tocasse e cantasse para nós vermos se ele tinha realmente o talento necessário para levarmos ele para o Programa 'Show das Dez'.
Ele foi pegar o violão e quando cantou, vi ali uma promessa forte no cenário da música popular. Foi feito o convite, que inicialmente foi recusado, sob alegação que não tinha roupa para ir se apresentar e que 'tinha vergonha de cantar para gente que não conhecia'. Eu providenciei a roupa e o levei para o Programa.
Resultado:
Ele todas as semanas era o melhor cantor e levava todos os prêmios. Até que um dia o Bispo me chamou e disse: 'Seu Mané, assim não tem graça. Só quem ganha é o mesmo rapaz! Faça o seguinte: coloque-o como convidado especial, assim ele ganha os prêmios e abre margens para que outros ganhem também o título de melhor cantor da semana'. Daí por diante, foi só ascensão na carreira dele.
Ganhou a mais bela voz, eu apresentei ao Carlos André (Oseías Lopes) - integrante do Trio Mossoró - que o levou para o Rio de Janeiro onde gravou o seu primeiro LP 'Só Lembranças'.
Até hoje ele aonde chega, agradece publicamente a mim, a sua trajetória musical. Isso é gratificante. Não há dinheiro que pague.
Seu Mané da Rural".
Figura lendária do Rádio Mossoroense, "Seu Mané" é um dos expoentes da microfonia local, e foi o entrevistado pela Gazeta do Oeste a falar sobre Bartô Galeno.
Sobre Bartô e A Mais Bela Voz, ele nos disse: "Sim. A mais Bela voz foi um celeiro de talentos de nossa cidade e região, muitos até de projeção nacional. São vários, dentre eles: Amanda Costa, da vizinha cidade de Areia Branca, Zé Lima daqui de Mossoró, Vicente Santiago, Ed Lemos, Reynaldo Bessa, entre outros.
Porém, tem um que eu tenho uma predileção maior, pois fui eu, pessoalmente, que o descobri. Chama-se Bastinho Silva, de nome artístico, Bartô Galeno. Sua história não é muito diferente das histórias contadas pela maioria dos cantores que veio da classe humilde.
Foi assim:
A Rádio Rural tinha um Programa do MEB, feito por duas professoras, Lourdinha e Marluce, que um dia chegou para mim e disse que tinha visto um jovem cantar e tocar violão na Serra Mossoró, que tinha lhe impressionado bastante.
E me perguntou se eu não queria dar uma mãozinha para ver se ele realmente era do ramo. Ela me fez prometer que iria até a Serra Mossoró ver, pessoalmente, esse jovem.
Como eu havia prometido e aproveitando uma folga em meus compromissos, me desloquei para lá e quando cheguei à casinha onde ele morava, fiquei esperando-o, já que o mesmo tinha saído para 'caçar rolinha'.
Sua tia, senhora de semblante sofrido pelas intempéries da natureza, nos recebeu muito bem, mostrando que já nos conhecia através do rádio, e nos falou na ocasião: 'Seu Mané, Bastinho foi atrás de conseguir uma carninha para o almoço. Mas não se preocupe, ele chega já'.
Realmente, pouco tempo depois aparecia um jovenzinho raquítico, uma baladeira a tiracolo, carregando um bornal cheio de passarinho que ia matar a fome daquela família, pelo menos naquele dia.
Ele ficou muito contente quando nos viu, mesmo demonstrando timidez e desconfiança com a nossa presença ali.
Falamos que estávamos ali por que havíamos ouvido falar nele e que gostaríamos que ele tocasse e cantasse para nós vermos se ele tinha realmente o talento necessário para levarmos ele para o Programa 'Show das Dez'.
Ele foi pegar o violão e quando cantou, vi ali uma promessa forte no cenário da música popular. Foi feito o convite, que inicialmente foi recusado, sob alegação que não tinha roupa para ir se apresentar e que 'tinha vergonha de cantar para gente que não conhecia'. Eu providenciei a roupa e o levei para o Programa.
Resultado:
Ele todas as semanas era o melhor cantor e levava todos os prêmios. Até que um dia o Bispo me chamou e disse: 'Seu Mané, assim não tem graça. Só quem ganha é o mesmo rapaz! Faça o seguinte: coloque-o como convidado especial, assim ele ganha os prêmios e abre margens para que outros ganhem também o título de melhor cantor da semana'. Daí por diante, foi só ascensão na carreira dele.
Ganhou a mais bela voz, eu apresentei ao Carlos André (Oseías Lopes) - integrante do Trio Mossoró - que o levou para o Rio de Janeiro onde gravou o seu primeiro LP 'Só Lembranças'.
Até hoje ele aonde chega, agradece publicamente a mim, a sua trajetória musical. Isso é gratificante. Não há dinheiro que pague.
Fonte: Parte da entrevista à Gazeta do Oeste.
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