A bandeira de Santo Antônio tremula em frente à igreja Matriz de Barbalha (CE), anunciando a abertura da festa do padroeiro, aberta ontem, com o carregamento do pau da bandeira.
De acordo com o coronel Erivaldo, comandante do Departamento Municipal de Trânsito, mais de 250 mil pessoas assistiram ao carregamento do pau da bandeira. O trajeto, de quase seis quilômetros, do sitio São Joaquim até a igreja matriz, estava tomado de veículos.
No Centro, as ruas foram interditadas para carros e era difícil conseguir estacionar nas ruas periféricas.
Este ano, o pau que serviu de mastro para a bandeira de Santo Antônio foi mais pesado do que nos anos anteriores. O capitão do pau, Rildo Teles, que comandou o cortejo dos carregadores, justificou que não houve tempo para a madeira secar.
Além disso, o pau escolhido foi um angico com 23 metros de comprimento, pesando mais de duas toneladas. Este foi o motivo do atraso na chegada à matriz. No percurso, o pau teve que ser arriado mais de 100 vezes.
Os carregadores não suportavam o peso. Foram sete horas de sofrimento. O ritual mistura cachaça, suor e devoção. Ainda na chamada “cama do pau”, onde a madeira é colocada para secar, os carregadores rezam um Pai Nosso e uma Ave Maria e dão viva a Santo Antônio.
Um grupo de acompanhantes se abastece com a “Cachaça do Seu Vigário”, transportada numa carroça à frente do cortejo. Estes acompanhantes fazem um espetáculo à parte: promovem um mela-mela com areia vermelha e barro. De vez em quando, um deles é socorrido pela ambulância que acompanha o cortejo.
Muitos ficam no meio da estrada, sem condições de acompanhar o grupo.O carregamento do pau da bandeira foi antecedido de uma missa celebrada pelo padre Renato Simoneto, na Matriz de Santo Antônio.
Festa mistura tradição e novos costumes
Na cidade de Barbalha, os festejos em homenagem a Santo Antônio começam quando uma árvore, a mais alta de preferência e sempre motivo de polêmicas, é tirada da Chapada do Araripe e colocada, no primeiro dia de junho, em frente à igreja matriz do município.
No alto, a efígie do santo deve tremular até 13 de junho, dia dedicado a ele. Entre as lendas que permeiam a festa, uma reza sobre a solteira que pensa em encontrar um companheiro. Basta que ela tire uma lasca da árvore para fazer chás ou simpatias e certo é o encontro com o grande amor.
Fonte: Diario do Nordeste.
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