quinta-feira, 25 de março de 2010

Coisa do Interior.

Tem gente que sai do interior, mas o interior não saiu dela.

O Doutor pergunta - O que a senhora sente?

- Tem para mim doutô, que tô com a ispinhela caída. Sinto uma dor atravessada, que vai do peito até aqui, no começo do mucumbuco.

Mas num esbarra ai não! Vai até o anel da ruela, ardendo, como se o ôi da goiaba tivesse cheio de carrapicho.

Tem uma durmença na boca do estombo que vai descendo pela titela até a tripa gaitera como se tivesse tudo ingilhado..

Um formigamento mais medonho do mundo, no corpo todo, que nem cantiga de grilo que não acaba nunca.

Depois sobe inviezado até o cangote..passa por riba da pá do ombro e desce pipinando no curcuvinho do bucho.

É aí, doutô, quando eu solto sem querer, os arrôto maió do mundo. Passo o dia todo com a piriquita queimada e quando me deito, pro mode dormir, aparece aquele nó no juízo que deixa friviando tudo. Sem falar na coceira mais horrivi no caroço do peito.

Ah, doutô, se eu fosse contar tudo, o sinhô ia era pensar que eu ando acoitando doença.

O outro doutô que me atendeu na vez passada, não teve paciência. Disse que eu era ipocondrila e me mandou embora. Não passou nem purgante.

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