Luís Gomes - Uma equipe de professores da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) e de jornalistas da região esteve ontem no município para ver de perto a situação das nascentes do rio Apodi, principal manancial do Oeste.
As constantes ações do homem têm provocado estragos perigosos nas encostas e destruído a mata ciliar, colocando em risco as nascentes.
Diante dessa problemática, a Fundação Guimarães Duque, Uern e a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) vêm desenvolvendo um projeto intitulado "Rio Apodi/Mossoró: Integridade Ambiental a Serviço de Todos".
Este trabalho é patrocinado pela Petrobras, através do Programa Petrobras Ambiental, tendo sido selecionado entre mais de 800 outros projetos de todo o país. O grupo percorreu todo o território onde nasce o rio, mostrando as mudanças provocadas pelo tempo mediante a utilização das áreas para plantio e desmatamento.
Segundo o professor do Departamento de Química da Uern, Luís de Souza, o nível de ocupação das encostas e as queimadas para plantio de sequeiro são atividades responsáveis pela degradação do ambiente.
Ele explica que o projeto está fazendo um mapeamento da área com GPS, mediante consulta de imagens de satélites que mostraram a expansão desse problema. "Queremos aqui mostrar que esse problema existe e cobrar providências dos órgãos públicos responsáveis pela fiscalização para evitar que pequenas ações destruam um patrimônio tão importante quanto o rio Apodi/Mossoró", explica o professor.
Luís disse ainda que durante todo o percurso do rio existem problemas relacionados a ação do homem. Pelo menos 60% da poluição identificada ao longo do manancial são provocadas por esgotos domésticos e até lixo hospitalar, como já foi registrado em outra ocasião no município de Pau dos Ferros. "Tudo isso é muito sério, mas o problema do uso indiscriminado das encostas e destruição da mata ciliar é muito mais grave", completa.
Para ele, pior do que o lixo doméstico identificado, é o registro de material químico despejado, muitas vezes indiretamente, que pode causar graves doenças as pessoas que se utilizam de suas águas para fins domésticos e até consumo. "São resíduos acumulativos que, dependendo da quantidade no organismo, pode provocar doenças graves e até câncer", finalizou Luís de Souza.
18% do município tem de ser preservadoUm estudo científico de pós-graduação que está sendo realizado pela professora de Geografia e Geologia da Uern, Alessandra Rocha, está mostrando que pelo menos 18% de todo o território do município de Luís Gomes deve ser preservado, de acordo com o Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA). Para ela, a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN) deve tomar maior responsabilidade quanto ao uso indiscriminado das encostas para fins da agricultura de subsistência.
Ela explica que não é necessário impedir o plantio, mas que seja feito de forma correta. "O que não pode acontecer é deixar o agricultor plantar sem respeitar as curvas de nível. Além de perder os nutrientes, ele provoca a erosão das serras", explica.Segundo Alessandra, como a maioria das encostas da região das nascentes do rio possuem declividade superior a 45 graus, automaticamente toda essa área passa a ser considerada uma Área de Preservação Permanente (APP), de acordo com a lei 6.938/81 do Conama. "Precisamos agora regularizar essas áreas de preservação, especificamente no território da Cachoeira do Rela para impedir a sua degradação", disse.
A professora, que é a única no Nordeste que trabalha na pesquisa o Diagnóstico Físico Conservacionista (DFC), ainda irá estudar os aspectos da erosão do solo, qualidade da água e como ela está sendo distribuída, para apresentar dados concretos da situação em que se encontram as nascentes do rio e o município de Luís Gomes.
60 mil ha de mata ciliar precisam ser conservadosPelo menos 60 mil hectares de mata ciliar do rio Apodi/Mossoró precisam ser replantados e preservados para dar início ao processo de despoluição e assoreamento do manancial. As informações são do professor e coordenador do Departamento de Ciências Biológicas da Uern, Ramiro Camacho.
Para ele, a realidade é preocupante e precisa de medidas urgentes, do contrário ficará quase impossível reverter o quadro de degradação do manancial.
Através do projeto intitulado "Rio Apodi/Mossoró: Integridade Ambiental a Serviço de Todos" está sendo feito todo um zoneamento que posteriormente será enviado a todas as prefeituras de cidades que ficam próximas à margem do rio.
Ele também cobra maior empenho dos órgãos públicos, principalmente Ibama e Idema, para que haja mais fiscalização das áreas que precisam ser preservadas, tendo em vista que, de acordo com as leis vigentes, toda propriedade é obrigada a conservar 20% do seu território.
Fonte: Jota Paiva - Jornal de Fato
As constantes ações do homem têm provocado estragos perigosos nas encostas e destruído a mata ciliar, colocando em risco as nascentes.
Diante dessa problemática, a Fundação Guimarães Duque, Uern e a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) vêm desenvolvendo um projeto intitulado "Rio Apodi/Mossoró: Integridade Ambiental a Serviço de Todos".
Este trabalho é patrocinado pela Petrobras, através do Programa Petrobras Ambiental, tendo sido selecionado entre mais de 800 outros projetos de todo o país. O grupo percorreu todo o território onde nasce o rio, mostrando as mudanças provocadas pelo tempo mediante a utilização das áreas para plantio e desmatamento.
Segundo o professor do Departamento de Química da Uern, Luís de Souza, o nível de ocupação das encostas e as queimadas para plantio de sequeiro são atividades responsáveis pela degradação do ambiente.
Ele explica que o projeto está fazendo um mapeamento da área com GPS, mediante consulta de imagens de satélites que mostraram a expansão desse problema. "Queremos aqui mostrar que esse problema existe e cobrar providências dos órgãos públicos responsáveis pela fiscalização para evitar que pequenas ações destruam um patrimônio tão importante quanto o rio Apodi/Mossoró", explica o professor.
Luís disse ainda que durante todo o percurso do rio existem problemas relacionados a ação do homem. Pelo menos 60% da poluição identificada ao longo do manancial são provocadas por esgotos domésticos e até lixo hospitalar, como já foi registrado em outra ocasião no município de Pau dos Ferros. "Tudo isso é muito sério, mas o problema do uso indiscriminado das encostas e destruição da mata ciliar é muito mais grave", completa.
Para ele, pior do que o lixo doméstico identificado, é o registro de material químico despejado, muitas vezes indiretamente, que pode causar graves doenças as pessoas que se utilizam de suas águas para fins domésticos e até consumo. "São resíduos acumulativos que, dependendo da quantidade no organismo, pode provocar doenças graves e até câncer", finalizou Luís de Souza.
18% do município tem de ser preservadoUm estudo científico de pós-graduação que está sendo realizado pela professora de Geografia e Geologia da Uern, Alessandra Rocha, está mostrando que pelo menos 18% de todo o território do município de Luís Gomes deve ser preservado, de acordo com o Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA). Para ela, a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN) deve tomar maior responsabilidade quanto ao uso indiscriminado das encostas para fins da agricultura de subsistência.
Ela explica que não é necessário impedir o plantio, mas que seja feito de forma correta. "O que não pode acontecer é deixar o agricultor plantar sem respeitar as curvas de nível. Além de perder os nutrientes, ele provoca a erosão das serras", explica.Segundo Alessandra, como a maioria das encostas da região das nascentes do rio possuem declividade superior a 45 graus, automaticamente toda essa área passa a ser considerada uma Área de Preservação Permanente (APP), de acordo com a lei 6.938/81 do Conama. "Precisamos agora regularizar essas áreas de preservação, especificamente no território da Cachoeira do Rela para impedir a sua degradação", disse.
A professora, que é a única no Nordeste que trabalha na pesquisa o Diagnóstico Físico Conservacionista (DFC), ainda irá estudar os aspectos da erosão do solo, qualidade da água e como ela está sendo distribuída, para apresentar dados concretos da situação em que se encontram as nascentes do rio e o município de Luís Gomes.
60 mil ha de mata ciliar precisam ser conservadosPelo menos 60 mil hectares de mata ciliar do rio Apodi/Mossoró precisam ser replantados e preservados para dar início ao processo de despoluição e assoreamento do manancial. As informações são do professor e coordenador do Departamento de Ciências Biológicas da Uern, Ramiro Camacho.
Para ele, a realidade é preocupante e precisa de medidas urgentes, do contrário ficará quase impossível reverter o quadro de degradação do manancial.
Através do projeto intitulado "Rio Apodi/Mossoró: Integridade Ambiental a Serviço de Todos" está sendo feito todo um zoneamento que posteriormente será enviado a todas as prefeituras de cidades que ficam próximas à margem do rio.
Ele também cobra maior empenho dos órgãos públicos, principalmente Ibama e Idema, para que haja mais fiscalização das áreas que precisam ser preservadas, tendo em vista que, de acordo com as leis vigentes, toda propriedade é obrigada a conservar 20% do seu território.
Fonte: Jota Paiva - Jornal de Fato
Um comentário:
oi amigo, eu gostaria de saber se tem alguma distância mínima que se poder derrubar pouca mata sem prejudicar rios e nascentes... valeu XD
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