sábado, 11 de outubro de 2008

Sem a visão, Basílio conseguiu ser aprovado em 1º lugar no vestibular

Aprovado em 1º lugar no vestibular de letras da UERN em 2007, o estudante Vagner Basílio Dantas, de 18 anos tem motivos de sobras para comemorar a aprovação.

Com apenas 10% da visão em um olho, ele fez as provas em braille e necessitou da ajuda de um ledor para as questões mais complexas, além de usar uma máquina específica para datilografar a prova de redação.

Nada que o impedisse de tirar uma nota correspondente a 88 por cento do valor desta prova.Ele poderia muito bem ser mais um aluno a engrossar as estatísticas de evasão na escola pública.

Motivos não lhe faltam: Desde os quatro anos conviveu com a perda progressiva da visão e evitava sair de casa. Há quatro anos, seu pai, o professor Antônio Dantas, morreu em um acidente no ônibus que transportava alunos para a escola Zenilda Gama, com sete vítimas fatais.

Com dificuldades para se locomover por falta da visão, Basílio passou a freqüentar o Centro de Educação Especial, onde aprendeu a linguagem em brille, ao mesmo tempo em que passou a freqüentar o ensino regular, na Escola Estadual Professor Gerson Lopes, onde concluiu o ensino médio no ano passado.

Basílio sente-se inseguro para sair de casa, devido aos desníveis do calçamento das ruas de Apodi e à falta de rampas de acesso. Para isso, ele conta a ajuda de sua mãe, a dona de casa Salete Dantas e da professora do Centro, Lúcia Helena que o acompanhou em sua trajetória escolar e o incentivou a prosseguir nos estudos.

Apesar da timidez, ele demonstra uma maturidade e um conhecimento muito superior aos jovens da sua idade.


Disciplinado, tem horários específicos para se dedicar ao estudo, apesar de não dispor de recursos didáticos que atendam à sua necessidade. “Ele já leu e releu toda a coleção do ensino médio em brille que ele ganhou do Ministério da Educação”, lembra a mãe, lamentando que ele não disponha de mais livros para ampliar o seu conhecimento.

Sua maior diversão é estudar em um notebbok que recebeu do Governo Federal quando estudava no Gerson Lopes, mas agora terá que devolvê-lo já que não é mais aluno de lá


“Ele está triste por ter que devolver o notebook, logo agora, que está na faculdade e precisará dele para estudar e fazer pesquisas”, lamenta sua mãe, apelando para a direção da escola.


Outra dificuldade que Basílio se depara semanalmente é para freqüentar o Centro Especial em Mossoró, onde faz curso de informática, mas só pode ir uma vez por semana, devido o preço das passagens. “Por ele, iria todos os dias, mas não dispomos de recursos pra isso”, conta Salete que tem na pensão deixada pelo marido, única fonte de rendimentos.

Sem revelar seus planos para o futuro, Basílio demonstra orgulho de estar na universidade e confessa que realizou um sonho, pois a paixão por um curso de línguas nasceu da necessidade de conhecer as diversas possibilidades da linguagem.

Onde pretende chegar? Cursar lingüística na UERJ, por dispor de programas mais avançados. Alguém duvida que ele conseguirá?

Fonte: KGB.

Nota do Blog: Parabéns Basilio. Conhecemos de perto seu sofrimento tanto pala falta de visão como pela perda de seu paí que só andava com você te dando bons exemplos de vida> Parabéns mesmo, você merece muito mais.

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