Os professores da rede estadual de ensino estão inconformados com a decisão do Secretário Estadual de Educação, Ruy Pereira, de adiar o início do ano letivo para o dia 2 de março.
A mudança ocorreu devido à negociação com os municípios, que agora ficarão responsáveis pelo transporte escolar.
Para o Sindicato dos Trabalhadores na Educação (SINTE), regional de Mossoró, a conversa é outra. "O adiamento do início do ano letivo se deu devido à pressão da categoria que promete iniciar uma greve a partir do primeiro dia de aula, caso o governo não honre o pagamento do piso nacional para o magistério", disse o coordenador geral do Sinte, Edson França.
A categoria havia preparado um indicativo de greve para segunda-feira, 9, como protesto pela recusa do governo de atender as reivindicações. "Adiamos o movimento para o dia 2. O secretário disse que está negociando com a categoria, mas a última rodada de conversa foi realizada em setembro", adiantou Edson.
O conflito entre governo e professores acontece devido à interpretação da lei do piso nacional. O Estado quer pagar o salário de forma proporcional, uma vez que no Rio Grande do Norte a carga horária é de 30 horas semanais. Já os servidores interpretam que a lei sugere 40h semanais, mas respeita os Planos de Carreira, já existentes nos estados.
Outro motivo é que o governo só quer pagar dois terços do reajuste. Dessa forma, no entendimento dos sindicalistas, na contabilização final o aumento real é de R$ 30 em algumas situações, sendo que noutros casos o professor não receberia nenhuma diferença.
"Além disso, o governo não está cumprindo com os reajustes das promoções vertical e horizontal. Se até dia 2 não houver negociação, a categoria estará deflagrando greve", enfatizou o diretor da regional do Sinte, Aldeírton Pereira.
O secretário de educação do Estado, sanitarista Ruy Pereira, disse que a lei do piso nacional está sendo estudada pelo setor jurídico da secretaria, enquanto a situação dos planos, horizontal e vertical, está sendo analisada pelo setor econômico do governo.
Na próxima segunda-feira, 9, haverá uma rodada de avaliação para saber o que é possível fazer das reivindicações. "O que os setores jurídico e econômico decidirem é o que vou fazer; claro, mediante aprovação da governadora Wilma de Faria", enfatizou Ruy.
Sobre a mudança na data para o início do ano letivo, ele explicou que foi feito em concordância com os prefeitos para evitar problema com o transporte escolar. "Muitos prefeitos estão arrumando a casa no início do seu governo, por isso achamos melhor adiar o nosso calendário", disse.
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