Nos últimos anos, bancos abriram torneiras e irrigaram o mercado de crédito para veículos no Brasil. Baixaram juros e aumentaram prazos de pagamento para oferecer parcelas que coubessem no bolso do comprador. Com empréstimos facilitados e alta oferta de crédito para pessoa física, nunca foi tão fácil comprar carro em Mossoró.
A cidade viu multiplicar o número de lojas de veículos nos últimos anos. As vendas financiadas tornaram-se bom negócio para bancos (lucro com juros dos empréstimos), lojista (ganho de comissão pelos financiamentos) e o cliente sem dinheiro para compra à vista, que leva o carro com pequena entrada e pode pagá-lo em até 60 vezes.
A solidez da economia brasileira levava a crer que esse cenário não mudaria. Ninguém esperava, porém, que a falência no setor de hipotecas nos Estados Unidos deflagrasse uma crise financeira que refletiria na venda de carros em Mossoró.
Isso porque os efeitos no Brasil do que os economistas já chamam da grande nova depressão – a última foi em 1929 – atingiram em cheio o setor de crédito.
Por cautela, bancos fecharam as torneiras. Tornaram-se mais seletivos, aumentaram juros, reduziram prazos de pagamento.
As vendas de carros desabaram nas últimas semanas em Mossoró. O número de cadastros aprovados, ou seja, de clientes autorizados a fazer financiamentos, caiu cerca de 70%nas lojas, com aumento de juros e de exigências dos bancos, afastaram os clientes.
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