domingo, 10 de maio de 2009

Gripe camuflada na Região Nordeste

Os kits preparados nos Estados Unidos para identificação do vírus AH1N1 foram responsáveis pela confirmação dos primeiros casos de gripe suína no Brasil - todos no Sudeste e Sul.

Para os estados do Nordeste e do Norte, a situação é diferente. A comprovação pode atrasar ou simplesmente não ser feita - e essa demora pode significar que a presença do vírus não está sendo verificada.

O alerta foi dado pelo coordenador do setor de epidemiologia do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, Vicente Vaz. Segundo o infectologista, o Instituto Evandro Chagas, de Belém (PA), credenciado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para realizar os testes da gripe, não tem condições de confirmar a existência do vírus.

Essa realidade expõe uma fenda ainda maior nas fronteiras das desigualdades regionais. Enquanto os kits doados, na última quarta-feira, ao Ministério da Saúde - únicos capazes de fazer o reconhecimento da gripe através da aplicação de um reagente que detecta o vírusAH1N1 - foram entregues ao Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, e a Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, ainda não há previsão da chegada deles ao Instituto Evandro Chagas, segundo o Ministério da Saúde.

Por causa disso, todos os exames dos suspeitos do Norte e do Nordeste, que têm seus exames encaminhados, ficam inconclusivos."Recolhemos as amostras e enviamos para lá, porque é o mais próximo daqui. Mas isso só serve para comprovar casos de gripe comum", lamenta Vaz.

Outro empecilho para a falta de kits em Belém é o tempo de entrega de resultados, que chega a ser até três vezes mais lento que no Rio e em São Paulo.

No Evandro Chagas, o prazo-limite é de dez dias. Nos outros dois laboratórios, o período máximo é de apenas 72 horas. Foi a partir desses kits que o Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, pode, finalmente, confirmar a presença do vírus no país semana passada. Com informação do DNOline.

Nenhum comentário: