Os kits preparados nos Estados Unidos para identificação do vírus AH1N1 foram responsáveis pela confirmação dos primeiros casos de gripe suína no Brasil - todos no Sudeste e Sul.
Para os estados do Nordeste e do Norte, a situação é diferente. A comprovação pode atrasar ou simplesmente não ser feita - e essa demora pode significar que a presença do vírus não está sendo verificada.
O alerta foi dado pelo coordenador do setor de epidemiologia do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, Vicente Vaz. Segundo o infectologista, o Instituto Evandro Chagas, de Belém (PA), credenciado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para realizar os testes da gripe, não tem condições de confirmar a existência do vírus.
Essa realidade expõe uma fenda ainda maior nas fronteiras das desigualdades regionais. Enquanto os kits doados, na última quarta-feira, ao Ministério da Saúde - únicos capazes de fazer o reconhecimento da gripe através da aplicação de um reagente que detecta o vírusAH1N1 - foram entregues ao Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, e a Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, ainda não há previsão da chegada deles ao Instituto Evandro Chagas, segundo o Ministério da Saúde.
Por causa disso, todos os exames dos suspeitos do Norte e do Nordeste, que têm seus exames encaminhados, ficam inconclusivos."Recolhemos as amostras e enviamos para lá, porque é o mais próximo daqui. Mas isso só serve para comprovar casos de gripe comum", lamenta Vaz.
Outro empecilho para a falta de kits em Belém é o tempo de entrega de resultados, que chega a ser até três vezes mais lento que no Rio e em São Paulo.
No Evandro Chagas, o prazo-limite é de dez dias. Nos outros dois laboratórios, o período máximo é de apenas 72 horas. Foi a partir desses kits que o Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, pode, finalmente, confirmar a presença do vírus no país semana passada. Com informação do DNOline.
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