Pesquisadores da França e da Inglaterra conseguiram curar doença de Parkinson em macacos usando terapia gênica.
O resultado foi publicado na recém-lançada revista “Science Translational Medicine”, da Associação Americana para o Progresso da Ciência (AAAS, em inglês).
Os cientistas induziram o distúrbio nos animais usando uma toxina que elimina os neurônios responsáveis pela produção do neurotransmissor dopamina.
Como consequência, as cobaias desenvolveram os tremores de corpo, a rigidez e falta de equilíbrio característicos da doença.
Desde a década de 60, médicos usam um remédio que, administrado por via oral, repõe dopamina e alivia os sintomas. Mas, como a normalização ocorre de forma intermitente, após algum tempo a melhora costuma ser acompanhada de efeitos adversos, como a discinesia - movimentos involuntários do corpo causados pelo excesso de dopamina.
Com o tempo, surge também resistência ao remédio e a dose tem de ser aumentada até tornar-se ineficaz.
Três enzimas participam do mecanismo de produção da dopamina. Na experiência, os pesquisadores inseriram os três genes que produzem as enzimas em um vírus.
Os microrganismos foram inoculados no cérebro dos macacos e inseriram os genes nos neurônios, que começaram a produzir dopamina.
Os macacos recuperaram o controle dos movimentos sem nenhum efeito adverso. “Começamos a fase dos testes clínicos com humanos no Hospital Henri Mondor (na França)”, afirma Stephane Palfi, coautora do trabalho.
O psiquiatra Wagner Gattaz, do Instituto de Psiquiatria da USP, aponta que há muitos anos já se cogitava a abordagem do trabalho “A doença está restrita a um local bem definido do cérebro e, por isso, o uso da terapia gênica parecia promissor”, aponta Gattaz.
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