Hoje acordei e fiquei "matutando", pensando, pensando e pensando pois sempre me disseram que a vida passa muito rapidamente, mas não sabia que era assim, tão rápido. Nem percebi, e agora, com cinqüenta e um anos de idade percebo mais claramente, nos pequenos detalhes, como já estou na segunda metade da vida.
É claro que uma pessoa com minha idade já passou da metade do que, cronologicamente, teria para viver. Mas não é em relação idade cronológica a que me refiro, e sim em relação às mudanças que estão ocorrendo à minha volta, que me fazem pensar em como já estou “passado”.
Quando adolescente, nas escolas ou em casa, tínhamos regras e horários para brincar, estudar ou qualquer outra atividade. Todos se dirigiam aos mais velhos como “senhor”, independentemente do grau de conhecimento ou parentesco.
Atualmente, crianças e jovens não são cobrados por regras, horários e nem por respeito, seja com os seus, os próximos ou com estranhos. Passam o dia diante de uma televisão, um computador ou um jogo eletrônico qualquer, mas de estudar ou praticar esportes, nada.
Tudo que os filhos fazem atualmente é “lindo”, porque é “novinho”, “ainda é jovem”, “a juventude é assim mesmo”, ou “com a idade isso passa”. As meninas dormem na casa dos namorados e vice versa, o filho apresentando seu "namorado" para a família e tantas outras “diferenças” de meu tempo que não conseguiria resumir.
E as consequências são visíveis em todas as camadas sociais. Têm sido muito frequente os casos de filhos que não respeitam os pais, chegando a agredi-los tanto oral como fisicamente, o mesmo ocorrendo entre alunos e professores.
Não se vê mais respeito algum com nenhuma pessoa mais velha e nenhuma espécie de hierarquia social. Todos são “você”, “tio”, ou qualquer outra designação do gênero.
Agora, nova legislação aprovada no país proíbe qualquer tipo de repreensão física aos filhos, taxando de “crime”, uma bela palmada que nunca fez mal a ninguém da minha geração ou de todas as outras que nos antecederam nos milhares de anos.
Ainda sou do tempo em que o uso de droga e prostituição infantil era crime mas dificilmente alguém era condenado por esse crime mas hoje estou "passado" ou "ultrapassado" pois não posso mais ir contra meus filhos, nem apenas dá uma palmadinha em nossos filhos pois o conselho tutelar poderá me repreender e a justiça me condena.
Já dizia minha avô que uma boa palmada resolve o problema caso contrario os filhos tomam as "redias" de nossas mãos. Tô ficando "passado" mesmo e ponto final.
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