terça-feira, 6 de novembro de 2012

Enem 2012: professores pedem anulação de questões

Pelo menos duas questões do Enem 2012 cobraram conteúdos que não estavam previstos nos objetos de conhecimento exigidos pelo edital, segundo professores. 

Na prova de ciências da natureza, realizada no sábado, a professora de química do Colégio Pedro II Isabella Faria identificou o problema no item 66 (prova azul), que abordava metabólicos altamente tóxicos presentes no benzeno.

— Para responder, o aluno precisaria conhecer mecanismos de reação orgânica. No entanto, o assunto não está descrito nos objetos do conhecimento discriminados no edital do Enem. Por isso, acho que o tópico deve ser anulado.

A mesma falha foi identificada na questão 166 (prova cinza), aplicada no domingo, na prova de matemática. No enunciado, um aluno lança mão de um produto de matrizes para calcular suas médias anuais na escola. Mas, para o professor de matemática e diretor do sistema de ensino GPI, Márcio Cohen, o conteúdo necessário para se chegar à resposta também não estava dentro dos objetos de conhecimento exigidos pelo edital do exame.

— O item não exige um conhecimento muito sofisticado sobre o assunto, mas, se houver alto índice de erro, sugiro que seja considerada a anulação — defendeu.

Má formulação

Já uma questão de física, na prova de ciências da natureza, realizada no domingo, apresentou “falhas lamentáveis”, segundo o professor Sérgio Boscardin, que leciona a disciplina no pré-vestibular comunitário InVest. Trata-se de uma situação sobre um consumidor que desconfia da balança do mercado e vai conferir em casa se o peso marcado estava correto.

— Qualquer corpo com metade da densidade da água boia com metade do volume dentro da água. Mas na questão, como por mágica, o corpo boia com dois terços de seu volume dentro da água — argumentou.

O professor Fábio Oliveira, coordenador de física do Pensi, concordou com Sérgio.
— De fato, a não ser que o recipiente fosse muito raso, se a densidade é metade, o volume submerso deveria ser metade também. Se o recipiente fosse muito raso e o objeto tocasse no fundo, o volume submerso seria menos que a metade. Em nenhum caso poderia ser maior que a metade como indica o enunciado.

O Ministério da Educação (MEC) informou, por meio da assessoria, que comissões de especialistas de universidades e institutos federais estão analisando as questões para que haja uma posição oficial sobre os questionamentos.

Acesse a página com a correção extraoficial feita pelo GLOBO e confira as questões na íntegra, acompanhadas pelas respectivas correções, clicando na lupa ao lado do número da resposta.

Da Agência O Globo

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